O projeto Engrenagens promove a apresentação de pinturas mostrando
formas indefinidas que lembram restos de tecnologia, máquinas e lixo em geral. A pintura parte da observação de objetos reais ou
fotografados, que ao serem reproduzidos se mostram de formas diferentes.
A obra mostra o “ver” que não foi reconhecido
pela fotografia.
A ideia surge de uma
longa observação em ambientações reais dos pátios de trás das casas do povoado onde nasci. Uma sorte de entulhos e restos de maquinárias
antigas captadas por meios fotográficos, cobram vida através da câmera. As
pessoas os escondem na vã ilusão de mostrar apenas a arrumação da frente da
casa, mas eles fogem dos espaços como se tivessem movimento próprio.
Em essência, não se
diferenciam dos objetos que participam de nosso cotidiano urbano,
(eletrodomésticos, computadores, celulares e tantos outros) só que estes não
estão ocultos, muito pelo contrário, eles dominam o nosso cenário diário e nós
deixamos essa dependência acontecer sob o convincente argumento da praticidade
e o “de não termos tempo para nada”.
Nesse ato de fundir
os tempos, fui buscar na pintura os objetos que convivem no meu cotidiano
(incluídas imagens da internet). O trabalho de observação inicial se ampliou às
esferas do imaginário revelado pela vida humana, cedida aos objetos ou
fragmentos cobrando um perfil contraditório.
Atento a estas
questões sobre os objetos me pergunto se eles permanecem divididos na
incoerência de sua existência ou possuem uma existência que lentamente vai
sendo inserida nos corpos humanos (chips de controle, por exemplo) chegando ao
ponto de não sabemos se eles estão dentro ou fora de nós.
O resultado final é uma síntese de partes de máquinas, mistura de
lixo e tecnologia, sem narrativa expressa. Nela, nem tudo é instantâneo; existem
também camadas ocultas que tornam o espaço em cruzamentos mais complexos.
Embora mantenham lembrança de restos de máquinas, o observador não tem certeza
de ter uma opinião quanto a que coisa é essa que está pintada e que nome
tem.
Ainda sobre a visualidade: algumas partes da estrutura dos quadros
oferecem certa estranheza, provocado por algo que parece desconectado, e outras
partes aparecem quase obvias pelo reconhecível. Essa dualidade meio ambígua
reflete uma visão atual do mundo, misto de certezas e dúvidas.
Cuantas obras de esta idea!
ResponderExcluirme gustan! a pesar que me agobian... no hay vacíos, son realmente una metáfora de la vida del hombre actual, medio humano medio máqueina y siempre lleno de cosas por dentro y por fuera.
Muy buenos!
Lídia um prazer poder comentar. A muito tempo procuro um espaço com esse perfil tenho conhecimento como instrutor não sou egoísta e gostaria de ser convidado a participar do seu projeto. Por favor sem compromisso queira se possível visualiza meu trabalho ( uilsonmonal@hotmail.com e Uilsonmonal.blogspot.com
ResponderExcluirfacebook.com/OliartesOficial
(+5571992841728) telefone
Se possível, poste um comentário.
Att, obrigado
“Yo no evoluciono, yo soy. En el arte, no hay ni pasado, ni futuro. El arte que no está en el presente no será jamás”.
ResponderExcluirPablo Picasso